Depois de 2 anos, Petrobras (PETR4) retoma produção de fertilizantes no Nordeste

Estatal fecha contrato com a Engeman e prevê início das operações até o fim de 2025, com geração de 800 empregos.

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Publicado em 16/09/2025 às 14:00h - Atualizado 24 minutos atrás Publicado em 16/09/2025 às 14:00h Atualizado 24 minutos atrás por Wesley Santana
Fertilizantes são usados para aumentar a produtividade do solo e das plantações (Imagem: Shutterstock)

Em fato relevante divulgado nesta terça-feira (16), a Petrobras (PETR4) informou que fechou um contrato para retomar a produção de fertilizantes na região nordeste do país. A empresa escolhida foi a Engeman que prestará serviços nos estados da Bahia e Sergipe com inícios de operação previsto para até o fim deste ano. 

O processo de escolha da Engeman se deu por meio de licitação, depois que a antiga contratada deixou de operar nos locais em 2023. Na época, a Unigel declarou que o alto preço do gás natual estava inviabilizando os lucros da operação.

“A previsão é que a posse para a Petrobras seja restabelecida no mês que vem, prazo no qual a Unigel desmobilizará suas equipes e realizará demais processos do encerramento do arrendamento”, disse a Petrobras, no comunicado nesta terça-feira.

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No total, a companhia espera que sejam gerados 800 empregos diretos e indiretos com a nova linha de produção. “Reforça o compromisso da Petrobras com o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional”, diz o documento. 

O retorno da produção de fertilizantes no nordeste é uma demanda do presidente Lula que defendeu, ainda em campanha, que a estatal deveria voltar a operar neste setor. O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, mas depende de fertilizantes de outros países para manter a safra em dia. 

Por outro lado, não há um consenso do mercado sobre o papel da petrolífera na área de fertilizantes, com muitos agentes indicando que é uma aposta controversa. Isso porque os preços praticados por outros países faz com que os produtos cheguem ao Brasil de maneira competitiva, o que não indicaria uma necessidade da produção brasileira. 

Em evento recente, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu a atuação da companhia no segmento, reforçando a necessidadade de garantir insumos básicos produzir nacionalmente. Ela destacou o caso da ureia, por exemplo, necessária para a produção de vários itens, que hoje vêm exclusivamente do exterior. 

“O agro e o setor de petróleo estão se fundindo cada vez mais. E o fertilizante é uma excelente oportunidade para a gente ampliar o nosso mercado de gás”, afirmou Chambriard.

No plano estratégico da petrolífera para o quadriênio 2025-2029, foram destinados R$ 900 milhões para a operação de fábricas de fertilizantes. Nestes casos, serão gerados até 15 mil postos de trabalho, conforme destacou a executiva.