Elétrica da Bolsa pode ser a “bola da vez”: BBA vê espaço para dividendos gordos

Segundo o banco, a empresa pode despontar como uma das melhores pagadoras de dividendos nos próximos anos.

Author
Publicado em 15/09/2025 às 15:36h - Atualizado 2 horas atrás Publicado em 15/09/2025 às 15:36h Atualizado 2 horas atrás por Matheus Silva
O Itaú BBA destaca que a companhia reúne fundamentos sólidos (Imagem: Shutterstock)
O Itaú BBA destaca que a companhia reúne fundamentos sólidos (Imagem: Shutterstock)

💰 O Itaú BBA revisou suas projeções para a Eletrobras (ELET3) e elevou o preço-alvo dos papéis para 2026, fixando-o em R$ 63,30, contra os R$ 54,90 anteriormente projetados para 2025.

O banco destaca que a companhia reúne fundamentos sólidos, um cenário favorável para os preços da energia elétrica e ganhos adicionais com a RBSE (Rede Básica do Sistema Existente), o que pode levar a uma reprecificação expressiva da ação.

Segundo a equipe liderada por Fillipe Andrade, a estatal privatizada se tornou “uma das maiores assimetrias de valorização” na cobertura do setor elétrico.

O time ainda aponta que, além da valorização em bolsa, a empresa pode despontar como uma das melhores pagadoras de dividendos nos próximos anos.

Consenso de queda versus visão do BBA

O mercado precifica hoje um cenário de forte queda nos preços da energia elétrica nos próximos anos.

A expectativa majoritária é de que o megawatt-hora (MWh) passe dos atuais R$ 310 para R$ 251 em 2026, recuando ainda mais para R$ 213 em 2027, R$ 190 em 2028 e R$ 160 a partir de 2033.

O Itaú BBA, no entanto, enxerga um quadro distinto. Para os analistas, esse consenso é “excessivamente conservador” e não dialoga com a realidade do balanço energético brasileiro.

A projeção do banco é de que os preços se mantenham em níveis mais elevados, sustentados por fatores regulatórios e estruturais.

Entre eles, estão as mudanças no Sistema Interligado Nacional (SIN), que agora avalia a geração de energia hora a hora — e não mais em períodos diários.

➡️ Leia mais: Vale (VALE3) pode pagar dividendos bilionários ainda em 2025, aponta BTG

Com a maior participação de fontes intermitentes, como solar e eólica, esse ajuste amplia a necessidade de complementar a geração em horários críticos, o que tende a manter os preços mais altos.

Além disso, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu não alterar os parâmetros de risco usados no cálculo do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), o que também pressiona os preços, já que aumenta a probabilidade de acionamento de usinas térmicas.

O banco ainda cita a introdução de baterias na matriz energética como fator que deve aumentar a demanda e sustentar os preços no médio e longo prazo.

Cada acréscimo de R$ 10/MWh nas projeções de curto e médio prazo teria impacto de 3,6% no preço-alvo da ação, enquanto no longo prazo esse efeito seria de 3%.

O peso da RBSE e os novos investimentos

Outro ponto decisivo é o acordo firmado entre a União e a Eletrobras em torno da RBSE. O impasse sobre governança e o fluxo de pagamentos havia gerado incertezas no mercado, mas o entendimento trouxe previsibilidade e retirou o risco de ingerência política para redução de tarifas.

Esse fluxo adicional, no entanto, é temporário e se reduz progressivamente até desaparecer, à medida que a ANEEL realiza as revisões tarifárias.

Por isso, a companhia vem detalhando um plano de compensação: aumentar os investimentos em projetos brownfield (ativos já existentes), cuja receita é regulada e previsível.

Os aportes devem crescer dos atuais R$ 3,3 bilhões, projetados para 2024, para cerca de R$ 6 bilhões por ano no médio e longo prazo.

O movimento, segundo o Itaú BBA, ajuda a equilibrar a geração de caixa e a sustentar dividendos robustos, mesmo após o fim dos ganhos extraordinários da RBSE.

➡️ Leia mais: Com ‘casamento marcado’, Marfrig e BRF aprovam R$ 5,6 bi em dividendos e JCP

Assimetria e dividendos no radar

A combinação entre preços de energia mais altos que o consenso, maior clareza regulatória e investimentos em ativos de transmissão coloca a Eletrobras em posição estratégica, avaliam os analistas.

O Itaú BBA acredita que os papéis estão sendo precificados a partir de uma visão distorcida do futuro do setor e, por isso, oferecem um potencial de valorização expressivo.

📈 A research destaca ainda que a empresa pode se consolidar como uma das principais pagadoras de dividendos do segmento, dado o potencial de geração de caixa com menor risco regulatório e operacional.

ELET3

ELETROBRAS
Cotação

R$ 47,80

Variação (12M)

25,50 % Logo ELETROBRAS

Margem Líquida

15,17 %

DY

7.59%

P/L

16,64

P/VP

0.93