Petrobras (PETR4) não está muito preocupada com tarifas, diz CEO

Segundo Magda Chambriard, a estatal pode redirecionar vendas dos EUA para a Ásia.

Publicado em 17/07/2025 às 14:25h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 17/07/2025 às 14:25h Atualizado 3 dias atrás por Marina Barbosa

Magda disse que mercado americano não é essencial para a Petrobras (Imagem: Shutterstock)

A Petrobras (PETR4) não está muito preocupada com a taxação dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Ao menos foi o que disse a CEO da estatal, Magda Chambriard.

🗣️ Em entrevista à "Reuters", Magda Chambriard disse que a Petrobras exporta "pouca coisa" para os Estados Unidos e indicou que, por isso, o mercado americano não é essencial para a empresa.

A executiva ainda observou que a companhia poderia redirecionar as vendas realizadas para os Estados Unidos para outros mercados, como a Ásia e a Ásia-Pacífico.

"Em geral, não estamos muito preocupados, dá para realocar", afirmou Magda Chambriard, nesta quinta-feira (17).

⛽ As exportações de fato representam a menor parte das vendas realizadas pela Petrobras. No primeiro trimestre, por exemplo, 72,5% das vendas da companhia foram efetuadas no mercado interno e só 27,5% no exterior.

Os Estados Unidos, no entanto, são um dos principais destinos das exportações da estatal. No primeiro trimestre deste ano, 37% de todas as exportações de derivados de petróleo e 4% das exportações de petróleo da Petrobras foram para os Estados Unidos.

Ainda assim, analistas concordam com Magda Chambriard sobre a possibilidade de redirecionamento dessas vendas. O BTG Pactual, por exemplo, acredita que a Petrobras deve ser "capaz de facilmente desviar esse fluxo de exportação para outro país".

Negociação

Outras empresas listadas na B3, no entanto, não estão tão tranquilas quanto a Petrobras com a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros.

🛬 A Embraer (EMBR3), por exemplo, já prevê cancelamento de encomendas e novos negócios devido às tarifas. O CEO da fabricante de aeronaves, Francisco Gomes Neto, chegou a dizer que o impacto seria semelhante ao da pandemia de covid-19, quando a companhia perdeu cerca de 30% da receita e cortou 20% dos funcionários.

Por isso, a Embraer e outras companhias voltaram a discutir o assunto com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira (17). Entre elas, Weg (WEGE3), Suzano (SUZB3) e JBS (JBSS32).

Os empresários têm pedido que o governo brasileiro tente adiar o início da taxação, previso para 1º de agosto. Por isso, o Brasil enviou uma carta aos Estados Unidos na terça-feira (15) cobrando a abertura de uma negociação sobre o assunto.